sábado, 3 de julho de 2010


Gostava de voltar a olhar as estrelas e de sonhar.
Desejava voltar a sentir o seu brilho no meu olhar, de me inebriar com a sua luz e viajar no sonho pelo Universo porque ele cabia minúsculo na minha mão. Mas não.
Fico encerrada bem dentro de mim, bem camuflada da dor, bem protegida do que não conheço, do que me pode magoar.
Encho os meus olhos de nuvens e de sol. Guardo os sonhos no alforge e sigo caminho.
Pergunto-me se os meus olhos estarão mortiços como os de alguns mortos-vivos que há algum tempo atrás olhava com pena.
Pergunto-me se esta estocada foi fatal, se morro ou se vivo. Não quero saber.
Levanto-me maquinalmente, conduzo o meu carro quase sem olhar o caminho, na mesmice dos dias todos iguais. Ensaio os mesmos sorrisos e escondo as mesmas dores, porque a noite chega rápida e o outro dia espera-me sempre igual.

Nenhum comentário:

Postar um comentário